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  • Foto do escritorBeatriz Nogueira

Encontrar o outro para encontrar a si.

Atualizado: 22 de ago. de 2021

Fim de ano, tempo de voltar para casa, rever a família e alguns amigos, tempo de ócio criativo e com isso vem a decisão de colocar em prática aquele tal projeto que anda habitando o Ser há muito tempo mas que, até então, não tinha reunido forças suficientes para se concretizar. Boas notícias para mim: parece que chegou a hora!


A primeira pessoa que abraçou esta ideia foi uma amiga de infância muito querida. O interessante é que não lembro a ultima vez que havíamos nos encontrado, nem mesmo conversado por WhatsApp, ou algo do tipo. Simplesmente quando pensei em alguém para fotografar, escutar e ter um tempinho de conversa, veio a ideia: fala com a Carol! Pois bem, nessas horas a gente precisa escutar o Ser - a nossa intuição, e aguardar o resultado.


Nhé, preciso confessar que foi um dos melhores encontros que tive nos últimos tempos e o porquê explico logo adiante:

Quinta-feira, 19 de dezembro, 10h30min, chuva, calor, sol, mormaço.

Ih, será que vai dar certo? - Penso.

Vou.

Chego.

Carol abre o portão. Damos um abraço de reencontro, recebo um abraço simbólico dos três dogs que moram com ela, e se é para contar, também já me sinto acolhida pela casa, pelos móveis, pelas plantas e pela atmosfera daquele Lar.

Ela deita na rede vermelha que há no meio da sala me oferece um bolim incrível, daquele tipo bem fofinho, com um cafezinho coado. Carol começa a contar as novidades de Fortaleza, fala do projeto que ela criou junto com a mãe - o Ateliê 1078, o qual foi o motivo inicial da visita.

Vejam só, a Carol é Arquiteta e Urbanista de formação mas, como nós, resolveu pegar a criatividade e convocar o seu Ser para criar algo de valor, e no caso dela foi o ateliê de botânica em sua própria casa, onde ela oferece plantinhas, vasos e outras coisitas para deixar o lar com cara de Lar.

Durante nossa conversa percebi o rumo que nossa geração está tomando, se arriscando para o novo, para aquilo que acredita, mesmo com todas as incertezas, ansiedades, medos, dores e angústias, simplesmente porque a dor de deixar de realizar aquilo que acreditamos é infinitamente maior, ela rasga, ela nos cala, ela tira aquilo que temos de mais valioso - a nossa potência.

Tivemos a oportunidade de compartilhar pensamentos profundos - aqueles do tipo que o mundo já não nos permite por muitas razões, que vão desde a jornada de trabalho intensa e inflexível até a falta de tato que cultivamos a cada dia.

Com esse tipo de oportunidade, eu paro para pensar que se a gente percebesse a riqueza que há nos encontros, seja lá com quem for, tudo faria mais sentido, o ódio não venceria e seríamos pessoas mais sábias, sabedoria essa que nada tem a ver com diplomas e com a academia, mas sim com o ato de v i v e r.

Mas eu confesso que é sim difícil ter sempre essa consciência, é sim difícil ter essa percepção quando a tristeza e o desamparo bate a nossa porta, onde simplesmente enxergamos o pior do mundo e nos esquecemos como é fácil restabelecer o elo que há entre todos nós.


Eu não consigo comunicar em palavras quanta reflexão o nosso encontro me trouxe, e o melhor: como uma conversa sincera e leve tem a capacidade de nos acolher e acabar com nossas maiores angústias, medos e ansiedades. O tato tem o poder de cura, e falo isso por experiência própria.


Enfim, quem diria que o nosso maior problema hoje seria justamente este: falta de tato e não enxergarmos absolutamente nada além do nosso próprio ego, nossas próprias queixas e com isso vamos nos esquecendo que a dor do outro é a nossa e como a gente cresce simplesmente escutando (de verdade) o que esse outro tem a nos dizer.


A incerteza que eu estava sentindo antes de encontrá-la era resultado desse ego que gritava sutilmente algo como “ah, mas faz tanto tempo que a gente não se fala; ah, mas se, ah, mas se, ah mas….” Vai!

Tudo isso para dizer que estou feliz em ainda ter bons encontros nesse mundo em que nos vangloriamos por ser digital e conectado. Digital com certeza, mas conectado? Tenho minhas dúvidas.


Carol, obrigada por me receber em seu Lar, obrigada pelo bolinho e obrigada por acreditar.


Beatriz Nogueira.


- As fotos do nosso encontro estão na aba Fotografias (Ateliê 1078).

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